...na música, até o silêncio tem ritmo.

sábado, abril 02, 2011

Viva a música instrumental!

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Integrado por Alex Buck (bateria), Bernardo Ramos (guitarra e violão), Bruno Aguiar (baixo acústico), Josué Lopez (sax tenor) e Vitor Gonçalves (piano e acordeom), o Bamboo lançou seu primeiro disco (Brasilianos), que tem como título o nome do grupo.
Você aí, que está lendo este texto, eu sugiro que busque ouvi-los. Ótimos músicos; bons temas compostos por eles; arranjos inspirados; solos, duos e improvisos plenos de criatividade. Intensos, mas irreverentes, experimentados, tão virtuosos quanto eficientes, eles se juntaram para iniciar um ótimo trabalho instrumental.
“Maracatu no Bambu” (composição e arranjo de Bernardo Ramos) se inicia com o belo sopro do sax. O piano apoia e o maracatu soa esperto, em levada estilizada. O baixo, a bateria e o piano antecedem o improviso do sax. Logo a bateria, precisa, trisca nos pratos. O piano muda a concepção inicial e toca o tema de forma menos formal, mais desprendido da harmonia. Um rufo da bateria leva ao final.
“Sem Início, Sem Fim” (composição e arranjo de Bernardo Ramos) vem com a arguta sonoridade da guitarra. O poderoso baixo acústico se junta ao piano e à bateria. O intermezzo fica a cargo do piano e do baixo. A guitarra assume o improviso, amparada por piano e bateria. O sax volta a solar, também escudado por bateria e piano, este que passa a improvisar. A bateria dá início a um quase solo, posto que a mixagem a coloca no mesmo plano do baixo. E o sax volta, e a guitarra sola... Meu Deus!
“Márcio Bahia” (composição e arranjo de Alex Buck) conta com participação do bandolim de Hamilton de Holanda, que, junto com o sax, começa. Em poucos compassos, o baixo improvisa (!) sobre toques da bateria. Em ritmo alucinado, o acordeom brilha. O bandolim inicia um solo contido, mas logo se solta e arrasa.  O acordeom e o sax tocam em duo. Acompanhada de bandolim, acordeom e sax, a bateria sola... Que baita improviso, Deus do céu! Em revezamento, todos tocam para encerrar.
“Gratidão” (composição e arranjo de Bernardo Ramos) é um tema extremamente doce. O violão dá o clima. Cuidadosamente, junto com o baixo, a bateria risca os pratos. O piano improvisa. Baixo e bateria pegam leve. Como se chorasse, o sax sola. A bateria cadencia e logo assume o ritmo de fato. O sax continua. O piano se une ao baixo e à bateria que toca nos pratos. Voltam sax e piano, e logo todos estão juntos novamente. Show!
“Nova Bossa” (composição de Josué Lopez e arranjo de Josué Lopez e Bernardo Ramos) começa com piano, guitarra e bateria. Ao sax cabe o tema. A bossa nova assume sua cara. Para improvisar, a guitarra dispensa o ritmo. Piano e sax desenham. A guitarra volta à bossa nova. O duo agora é de guitarra com o sax, até que este se solta para improvisar. A bateria se agita e reúne todos para o final...
Você pensa que acabou? Não, ainda há muitas mais. O que acabou foi o espaço para continuar a enaltecer um disco que engrandece ainda mais a música instrumental brasileira.

2 comentários:

  1. Adorei o artigo e sempre gosto.
    Sou da geração que acompanhou vocês por toda a vida.
    Fale sobre o MPB4
    Abraços
    Elane

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  2. Aquiles,
    Adorei e agradeço a sua postagem.
    Esta revista, Literacia, está mesmo uma delícia!
    Artigos, vídeos, músicas, tudo de bom!
    Música brasileira é comigo mesma.
    Quero mais!
    Parabéns!
    Show!
    Abraços,
    Eliana Crivellari

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