Viva a música instrumental!
Integrado por Alex Buck (bateria), Bernardo Ramos (guitarra e  violão), Bruno Aguiar (baixo acústico), Josué Lopez (sax tenor) e Vitor  Gonçalves (piano e acordeom), o Bamboo lançou seu primeiro disco  (Brasilianos), que tem como título o nome do grupo.
Você aí, que está lendo este texto, eu sugiro que busque ouvi-los.  Ótimos músicos; bons temas compostos por eles; arranjos inspirados;  solos, duos e improvisos plenos de criatividade. Intensos, mas  irreverentes, experimentados, tão virtuosos quanto eficientes, eles se  juntaram para iniciar um ótimo trabalho instrumental.
“Maracatu no Bambu” (composição e arranjo de Bernardo Ramos) se  inicia com o belo sopro do sax. O piano apoia e o maracatu soa esperto,  em levada estilizada. O baixo, a bateria e o piano antecedem o improviso  do sax. Logo a bateria, precisa, trisca nos pratos. O piano muda a  concepção inicial e toca o tema de forma menos formal, mais desprendido  da harmonia. Um rufo da bateria leva ao final.
“Sem Início, Sem Fim” (composição e arranjo de Bernardo Ramos) vem  com a arguta sonoridade da guitarra. O poderoso baixo acústico se junta  ao piano e à bateria. O intermezzo fica a cargo do piano e do baixo. A  guitarra assume o improviso, amparada por piano e bateria. O sax volta a  solar, também escudado por bateria e piano, este que passa a  improvisar. A bateria dá início a um quase solo, posto que a mixagem a  coloca no mesmo plano do baixo. E o sax volta, e a guitarra sola... Meu  Deus!
“Márcio Bahia” (composição e arranjo de Alex Buck) conta com  participação do bandolim de Hamilton de Holanda, que, junto com o sax,  começa. Em poucos compassos, o baixo improvisa (!) sobre toques da  bateria. Em ritmo alucinado, o acordeom brilha. O bandolim inicia um  solo contido, mas logo se solta e arrasa.  O acordeom e o sax tocam em  duo. Acompanhada de bandolim, acordeom e sax, a bateria sola... Que  baita improviso, Deus do céu! Em revezamento, todos tocam para encerrar.
“Gratidão” (composição e arranjo de Bernardo Ramos) é um tema  extremamente doce. O violão dá o clima. Cuidadosamente, junto com o  baixo, a bateria risca os pratos. O piano improvisa. Baixo e bateria  pegam leve. Como se chorasse, o sax sola. A bateria cadencia e logo  assume o ritmo de fato. O sax continua. O piano se une ao baixo e à  bateria que toca nos pratos. Voltam sax e piano, e logo todos estão  juntos novamente. Show!
“Nova Bossa” (composição de Josué Lopez e arranjo de Josué Lopez e  Bernardo Ramos) começa com piano, guitarra e bateria. Ao sax cabe o  tema. A bossa nova assume sua cara. Para improvisar, a guitarra dispensa  o ritmo. Piano e sax desenham. A guitarra volta à bossa nova. O duo  agora é de guitarra com o sax, até que este se solta para improvisar. A  bateria se agita e reúne todos para o final...
Você pensa que acabou? Não, ainda há muitas mais. O que acabou foi o  espaço para continuar a enaltecer um disco que engrandece ainda mais a  música instrumental brasileira.
Adorei o artigo e sempre gosto.
ResponderExcluirSou da geração que acompanhou vocês por toda a vida.
Fale sobre o MPB4
Abraços
Elane
Aquiles,
ResponderExcluirAdorei e agradeço a sua postagem.
Esta revista, Literacia, está mesmo uma delícia!
Artigos, vídeos, músicas, tudo de bom!
Música brasileira é comigo mesma.
Quero mais!
Parabéns!
Show!
Abraços,
Eliana Crivellari