...na música, até o silêncio tem ritmo.

domingo, março 11, 2012

Mas suas músicas e shows foram parar nas redes sociais. Deu-se o estouro.


5 a seco, um fenômeno


Aquiles Reis

São cinco jovens, Leo Bianchini, Pedro Altério, Pedro Viáfora, Tó Brandileone e Vinicius Calderoni. Violonistas, além de se revezarem no baixo, na bateria e na percussão, suas primeiras apresentações foram restritas. Mas suas músicas e shows foram parar nas redes sociais. Deu-se o estouro. Saíram das pequenas salas, destinadas aos iniciantes, e ganharam as grandes, privilégio dos consa­grados. Impulsionados pelo energético boca a boca, consagraram-se como fenômeno musical.

Vários predicados permitem o feito: muito ensaio e afinação, improvisar, vocalizar, compor, cantar bem e uma exuberante presença de palco, o que os torna modelos de cobiça para moças e ideais de genro para pais.

O 5 a seco faz o novo sem precisar apregoar. Carregam em si a marca jovial dos que arriscam. São modernos porque assim são no dia a dia. Vestidos como qualquer jovem da idade deles, parecem-se com eles. Trabalham como se brincassem. Divertem-se enquanto realizam o sonho de serem artistas.

Acostumados desde pequenos a ouvir boa música, trataram de mixar os sons da infância ao repertório que surgia à frente deles na medida em que cresciam e iam à luta. Suas composições refletem esse universo, e cada um trouxe o seu para o grupo. Letras de poética simples, harmonias e levadas suingadas, que embutem o que escutavam ontem e o que ouvem hoje, fazem suas músicas denotarem a certeza sublime de que a música brasileira, graças a músicos como eles, revigora-se sempre mais.

Dando continuidade ao pouco tempo de carreira desse grupo paulistano, acaba de ser lançado o DVD 5 a seco  ao vivo no Auditório Ibirapuera (Euforia Produções), que traz um making off do qual participam Dani Black e Ivan Lins, e um CD. Bem cuidado pelo diretor Rafael Gomes, o trabalho tem competente iluminação de Silvestre Jr. e Carol Autran, além de uma cenografia criativa, que inclui diversos varais de metal, daqueles onde se prendem roupas para secar. Em dois desses, no centro do palco, penduram-se os violões, baixos e guitarras; vários outros, na vertical, além de contribuírem para iluminar a cena, parecem-se com pentagramas, posto que lâmpadas pequenas e arredondadas distribuídas entre as hastes sugerem notas semibreves. Belo efeito visual. Sem intromissões, as câmeras circundam o palco, expondo o que sentem os meninos músicos.

Lotada, a platéia sacode com a apresentação de cada música, tanto quando os cinco estão juntos quanto quando se dividem em duplas ou em trios. A alegria voa solta. A gargalhada vem fácil. O aplauso, generoso. À entrada de cada um dos convidados especiais, Maria Gadú, Lenine e Chico César, o teatro pega fogo. E eles arrasam, com interpretações convincentes, e dão ao show um acréscimo de combustível digno dos anfitriões.

De resto, os dois Pedros, mais o Tó, o Vinicius e o Leo se mostram artistas prontos. Ainda têm muito a aprender, é claro, mas se hoje já são o que são, crescendo eles serão mais um gigante na música popular brasileira.



PS. Descanse em paz, grande Peri Ribeiro.

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